O estande Compiladas é formado pelas editoras Arquipélago, Âyiné, Bazar do Tempo, Carambaia, Cobogó, Dublinense, Ercolano, Fósforo, Ímã Editorial, Lote 42, Mundaréu, Mórula, Nós, Oficina Raquel, Relicário, Seiva, Solisluna, Tabla, Tinta-da-China e Ubu.
No ano em que o Rio de Janeiro recebe da Unesco o título de Capital Mundial do Livro, 20 editoras de diferentes regiões do país se reúnem para uma iniciativa inédita: participar coletivamente da Bienal do Rio com um estande próprio e mostrar o valor da cena editorial independente. O estande coletivo, que leva o nome Compiladas, é uma verdadeira antologia de editoras, uma seleção de ideias, histórias e autores que vêm alimentando o debate contemporâneo.
Todas de pequeno porte, as Compiladas se destacam pelos catálogos de excelência gráfica e editorial, pela relevância literária e também pela influência cultural, com forte presença na imprensa, nas universidades, nas livrarias, nas redes sociais e nos principais festivais literários do país.
Em um momento de grande concentração no mercado do livro, a aposta das Compiladas é levar para o segundo maior evento editorial do país um estande bibliodiverso e coletivo. Todas as editoras são 100% brasileiras e independentes, isto é, não integram nenhum grupo editorial ou econômico. Quase todas as Compiladas foram fundadas no século 21 – a exceção é a baiana Solisluna. Além das casas cariocas, há no grupo editoras de São Paulo, Minas Gerais, Bahia e Rio Grande do Sul.
A iniciativa surgiu quando a cidade do Rio de Janeiro foi escolhida pela Unesco como Capital Mundial do Livro. O programa, que começa no Dia Mundial do Livro, dia 23 de abril de 2025, e vai até abril de 2026, inclui diversos eventos oficiais e ações culturais, entre os quais a Bienal do Rio 2025.
A histórica homenagem à cidade, berço da atividade editorial no Brasil, foi vista pelas Compiladas como uma oportunidade para destacar a produção brasileira independente. Em 25 anos, é a primeira vez que uma cidade de língua portuguesa recebe o título, que atualmente é da cidade francesa de Estrasburgo.
Pelo alto investimento e planejamento, a presença em Bienais é desafiadora até mesmo para editoras de porte médio e grande. Ao se articularem no estande Compiladas, as editoras independentes levam para a Bienal do Rio uma forma diferente de trabalhar, com o dinamismo e a atuação coletiva que marcam a cena independente.
Fundamentais para o lançamento de novos autores, a renovação bibliográfica e a circulação de ideias, as editoras independentes trabalham sob pressão constante e desenvolvem estratégias criativas para superar as adversidades. Projetos editoriais ousados e inovadores são a sua resposta para as crises recorrentes do mercado de livros.